Ciclos De Crédito na Economia e o Caso Brasileiro
Ciclos de crédito (ou ciclos de alavancagem) representam momentos na economia de um país em que as famílias e as empresas se endividam, para investir ou para gastar em segmentos diversos, o que acaba influenciando positivamente o nível de atividade econômica geral, fazendo o PIB crescer. Uma das formas de se medir o nível de alavancagem de uma economia se dá pela divisão do volume de crédito sobre o PIB. No Brasil tivemos um ciclo de alavancagem bastante significativo entre os anos de 2004-2014. No site do Banco Central, vemos que o nível de crédito (envolvendo crédito mobiliário e imobiliário, crédito para consumo, cartão de crédito, crediários, financiamento de veículos, etc...) sobre o PIB pulou de cerca de 25% em 2002 e 2003 e chegou a quase 54% em 2015. Esse grande ciclo de alavancagem promoveu o crescimento da economia brasileira nesse período, transformando-se em seu principal motor.
Crédito / PIB
FONTE: Banco Central: https://api.bcb.gov.br/dados/serie/bcdata.sgs.20622/dados?formato=csv
No entanto, um dos principais problemas em relação ao aumento no PIB impulsionando pelo crédito é que esse tipo de crescimento tende a ser insustentável no longo prazo. Pois, quando as famílias e empresas se veem muito endividadas, elas começam a se desalavancar, tendo de pagar as dívidas contraídas e provocando um esfriamento no ciclo de expansão e investimento agregados da economia. Após 2014, o Brasil viveu um período de desalavancagem das famílias, em resposta ao ciclo expansionista do período anterior, influenciando na posterior queda do PIB brasileiro.
Taxa de Crescimento do PIB brasileiro (2000-2020)
FONTE: Banco Mundial. URL: https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?locations=BR
A partir de 2016, há uma menor proporção do crédito sobre o PIB, indicando assim uma menor disposição ao endividamento por parte dos agentes econômicos. Ao mesmo tempo, quando o consumo está contraído, os empresários tendem a investir menos, uma vez que parte da capacidade de produção instalada começa a ficar ociosa. Já em 2020, observamos um movimento anticíclico, substanciado no aumento do crédito bancário como uma resposta à pandemia de COVID-19. Com isso, em dezembro de 2020 o volume de credito sobre o PIB voltou a atingir o patamar de 54 %. Por fim, como isso tudo poderia ser aplicado ao mercado de câmbio? Simples, em ciclos de expansão, torna-se mais rentável investir em renda variável, com uma tendência de apreciação da moeda nacional frente a outros pares.
Taxa de Câmbio USD/BRL (2000-2020)
FONTE: Trading Economics. URL: https://tradingeconomics.com/brazil/currency
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