O cumprimento dos cortes de produção da OPEP+ aumentou, com as exportações a caírem cerca de 900.000 barris em fevereiro, o nível mais baixo desde agosto/23
Real brasileiro: ameaças eleitorais
2019-11-11 • Atualizado
O real brasileiro é a terceira entre as moedas de mercado emergente a mostrar grande depreciação frente o dólar americano desde o começo de 2018. Segundo o noticiário recente, isso ainda não acabou e há grandes riscos de que a moeda continue caindo.
As eleições presidenciais acontecerão em outubro deste ano. No entanto, elas já começaram a afetar o real. No dia 22 de agosto, a moeda brasileira chegou nos recordes baixos do começo de 2016. O USD/BRL saltou para 4,10. Por que isso aconteceu?
Eleições sempre são um período apertado para a moeda de um país porque os mercados não gostam de mudanças. O que é mais negativo para a moeda são as incertezas. Isso está acontecendo com o real brasileiro agora. Uma nova pesquisa mostrou que os candidatos previstos como líderes nas eleições e melhores para os mercados estão atrás de seus concorrentes. Isso cria grandes preocupações entre investidores e traders.
O candidato favorável a investidores, Geraldo Alckmin, recebeu menos apoio do que o esperado pelo mercado.
O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção, recebeu o maior apoio dos eleitores. Embora espere-se que ele fique fora da corrida, tais resultados aumentam a imprevisibilidade das eleições. Outra questão importante para o mercado é quantos votos Fernando Haddad, companheiro de chapa de Lula, levará se este for retirado da corrida. Até agora, ele está bem abaixo na lista de candidatos. No entanto, ainda há riscos.
Jair Bolsonaro aparenta estar em segundo lugar. Caso ele ganhe a eleição, no entanto, os mercados seguirão voláteis, já que seu programa de governo e sua capacidade de colocá-lo em prática são questionáveis.
Assim, as dúvidas se o candidato favorável ao mercado conseguirá ganhar a eleição pesam nos ativos brasileiros, incluindo o real. Em tal situação, os analistas preveem que o Banco Central pode tomar medidas se o USD/BRL seguir subindo.
Especialistas alertam que, além das preocupações com eleições que deixam a moeda brasileira altamente volátil, o derretimento da moeda turca pode criar uma reação em cadeia nos mercados emergentes.
E quanto ao cenário técnico?
Ontem o par atingiu a máxima de 2,5 anos, em 4,0915. Se o USD retornar às máximas anteriores no futuro próximo, aumentarão os riscos do BRL. As resistências se encontram em 4,0915 e 4,1120. Se as preocupações com as eleições diminuírem e o USD despencar, o par cairá. O suporte está em 3,86.
E a longo prazo? A direção futura dependerá não apenas das questões eleitorais, mas também da força do USD. Espera-se que o Federal Reserve aumente a taxa de juros em setembro. Isso dará apoio adicional ao USD. Assim, a depreciação do BRL pode aumentar significativamente. Há chances de que o par chegará acima de 4,1750.
O ING prevê mais quedas para o BRL. O par USD/BRL subirá para a faixa 4-4,20 no período setembro-outubro.
Assim, podemos concluir dizendo que o real brasileiro seguirá sob grande pressão até o fim da corrida eleitoral. Ademais, o fortalecimento do USD e a situação em outros mercados emergentes afetarão a moeda. À medida que a eleição passa pela fase de campanha, os traders devem pensar em vender o BRL a médio prazo.
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