A preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Médio Oriente poderá impulsionar os preços do petróleo neste início de semana
Por que o petróleo não esfriou, mesmo com as medidas da OPEP+?
2022-06-23 • Atualizado
Após meses de pressão da Casa Branca, a Arábia Saudita cedeu e concordou com o aumento de produção junto com os outros integrantes da OPEP+. A surpresa, porém, foi que os preços não esfriaram e seguiram altos.
A OPEP+ decidiu aumentar a produção: os países-membros aceitaram aumentar as metas de produção gerais em 650.000 barris por dia em julho e agosto. Esse aumento é uma tentativa de aliviar a disparada do petróleo, que está ameaçando o crescimento econômico global e levando o preço da gasolina nos EUA a patamares recordes.
Por que o petróleo ainda está subindo?
1. Quando a China encerrar o lockdown e fizer a reabertura integral de sua economia, a demanda por petróleo vai subir, e os preços vão subir outra vez.
2. Nos EUA, a demanda segue forte graças ao começo do verão e a temporada de viagens de carro, mesmo com a alta recorde do preço da gasolina.
3. A demanda está subindo enquanto os problemas de abastecimento e produção continuam. Temos o petróleo russo saindo do mercado, a OPEP com dificuldade para produzir os níveis exigidos, e os EUA incapazes de aumentar sua própria produção.
Será que a OPEP vai cumprir a nova promessa de aumento?
Os integrantes menores da OPEP+ não têm conseguido produzir os níveis acordados nos últimos meses, deixando a produção do bloco quase 2,6 milhões de barris por dia abaixo da meta.
O problema é que quando a OPEP cortou a produção após o tombo na demanda provocado pela pandemia, os investimentos recuaram e a manutenção das instalações petrolíferas também ficou comprometida. Isso vem dificultando a produção desde então. Sim, a OPEP+ realmente decidiu aumentar a produção, mas a probabilidade de esses barris chegarem ao mercado é baixa.
A OPEP+ talvez consiga aumentar a produção em apenas 355.000 barris por dia nos próximos dois meses. Isso vai aumentar a pressão sobre os preços, fazendo com que eles subam. Segundo a Agência de Informações em Energia (EIA), esse aumento tímido não vai ser suficiente para compensar a iminente saída de 3 milhões de barris por dia de petróleo russo do mercado.
Até onde o petróleo precisa chegar para provocar uma recessão?
Há motivos para acreditar que, se o petróleo chegar a US$ 140 o barril, muitas regiões do mundo vão mergulhar em uma recessão.
Assim, Goldman Sachs e Bank of America ambos projetam que o petróleo deve chegar a US$ 140 nos próximos meses. Além disso, o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos disse que os preços do petróleo ainda nem chegaram perto do pico, e que a reabertura da economia chinesa em breve vai dar fôlego à demanda pelo recurso.
Como enxergamos o cenário do petróleo?
Os preços do petróleo devem esfriar assim que a produção aumentar e a economia chinesa reabrir. A longo prazo, os preços devem voltar a patamares mais razoáveis.
O WTI enfrentou pequenas correções, mas permaneceu acima de US$ 120, e os preços podem registrar uma subida vertical e então aliviar um pouco, antes de retomarem o rally. A próxima meta será o rompimento do maior patamar desde o começo de 2022, acima dos US$ 126,00 o barril.
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