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Trading algorítmico: o que é isso?
Imagine voltar mais ou menos 100 anos no passado. Nada de computadores nem aparelhos digitais. Os traders da época registravam suas operações no papel e tinham que ligar para as corretoras para abrir uma posição. Tudo mudou nos anos 70 e 80, na era da informatização. Agora, quarenta anos depois, não só podemos executar operações em questão de segundos, como também podemos montar um sistema para operar em nosso lugar. Hoje vamos falar sobre o interessante e complexo mundo do trading algorítmico (também conhecido como trading automatizado, trading quantitativo ou algo trading). Como o trading algorítmico pode parecer meio assustador para quem está começando, vamos explicar o conceito em detalhe para ajudar a entender do que se trata.
Introdução
De forma geral, o termo “trading algorítmico” significa negociar com um sistema que opera a partir de um conjunto de regras pré-programado (um algoritmo). Vamos supor que você comprou um robô japonês que faz tudo que você pede. Só há um porém: você precisa aprender a falar japonês para dar comandos ao robô. É a mesma coisa no trading algorítmico: você pode formular um algoritmo para abrir quantas operações quiser, mas antes precisa aprender a montar esse algoritmo.
Trading algorítmico = negociar com um sistema que opera a partir de um conjunto de regras pré-programado (um algoritmo).
São dois os tipos de trading algorítmico. O primeiro se chama trading de alta frequência (HFT) e é utilizado principalmente por grandes fundos de investimento. As empresas recorrem a supercomputadores potentes para executar um grande número de ordens por segundo. O HFT é alvo de muitas críticas, já que ele não envolve a tomada de decisões por humanos. O trading de alta frequência executado por grandes players empresariais também explica certos movimentos enormes e inesperados no mercado.
O segundo tipo de trading algorítmico se chama trading de baixa frequência. Ele se baseia em habilidades de programação e experiência em análise técnica e fundamentalista. Como nosso público é formado por traders comuns que usam o software MetaTrader 5 e desejam automatizar suas operações, o foco será esse segundo tipo de trading algorítmico.
De onde vem o trading algorítmico?
A história do trading algorítmico começou 50 anos atrás, com a implantação na Bolsa de Valores de Nova York do sistema Designated Order Turnaround (DOT), ou Encaminhamento Designado de Ordens, em tradução livre. Esse sistema possibilitou enviar ordens eletrônicas ao posto de negociação no pregão. A invenção do infame terminal Bloomberg, no começo da década de 80, foi outro grande passo dado no desenvolvimento do trading algorítmico.
Contudo, o divisor de águas foi o processo de “decimalização” nos EUA (o uso de casas decimais no lugar de frações), que mudou o tamanho mínimo de um tick para US$ 0,01 por ação e possibilitou a diminuição da diferença entre os preços Bid e Ask. Em 1998, a Securities e Exchange Commission (equivalente americana da CVM) deu sinal verde às bolsas eletrônicas. Foi aí que surgiu o trading de alta frequência. Com o rápido desenvolvimento da tecnologia, a evolução do hardware abriu aos programadores a possibilidade de escrever algoritmos que habilitassem os computadores a decidir sobre o preço e a quantidade de operações com base em um conjunto de regras predefinido. Atualmente, é possível até mesmo aprender uma linguagem de programação para a análise de dados financeiros.
Linguagens do trading algorítmico
Você pode escolher várias linguagens de programação para o trading algorítmico. As linguagens típicas são Python, C++, Java, C# e R. Em Forex, porém, há linguagens especiais dentro do ambiente do MetaTrader. São elas a MQL4, para o MetaTrader 4, e a MQL5, para o MetaTrader 5. Apesar de ter fama de ser uma versão modificada da MQL4, a MQL5 na verdade é mais flexível graças à sintaxe da linguagem, muito semelhante àquela vista em C++. Isso oferece aos programadores mais recursos no desenvolvimento de robôs de negociação.
Em nosso curso, o foco será o desenvolvimento de robôs de trading utilizando a linguagem MQL5. Por quê?
Primeiro motivo: o MetaTrader 5 dá acesso a mais instrumentos de negociação, isto é, você pode usar robôs de trading em ações, metais, moedas etc.
Segundo motivo: a MQL5 é bem semelhante à C++. Aprender MQL5 permite um entendimento mais amplo dos fundamentos de programação.
Terceiro motivo: a MQL5 conta com o ambiente de desenvolvimento integrado MQL5 IDE, no qual todos os aplicativos de trading são desenvolvidos. Dessa forma, você fica livre de ter que baixar outros programas para fazer isso.
Último motivo: os programadores de MQL5 têm acesso a um grande banco de códigos no qual podem encontrar robôs e trocar ideias.
Lembre-se de que a documentação dessa linguagem está disponível no site oficial MQL5.
Por que você deve aprender MQL5?
Se você opera no MetaTrader 5, a experiência com o ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) especializado MQL5 vai ajudar a criar seus indicadores e robôs de trading, bem como modificar os já existentes. Isso vai auxiliar na automação de suas decisões no mercado, ampliando a eficácia das mesmas.
Essa foi a primeira aula do nosso guia de trading algorítmico. Fique ligado e saiba mais na próxima aula sobre como criar um robô de negociação!
2022-06-30 • Atualizado
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